Estou deslumbrado com a vista
Causada pela sua afável visita
O que me faz sempre esperar
Encontrar uma nova alternativa
Minha natureza me faz caminhar
Lutar e em novos lugares desembarcar
Mas meu estar longe de ti
Temeroso me faz ficar
Sou cavaleiro, um dos mais antigos
E por isso fugir, amiga, impossível
Estou preso e não consigo
Fugir de ti amada, é me matar
Como uma embarcação num naufrágio
Que persiste em continuar a resistir
Estou me sentindo assim
Por contigo não conseguir fugir
Um castigo que é amar
Faz saudações em que devo tomar
Pelo meu temor que contigo abasteço
Da dor que sempre agradeço
Estou sobrevivendo sem estar
Com aquela que sempre estive a admirar
E a Deus sempre agradeço
Por criar este, o meu mal estar
A beleza que exausta, mata
Da dor que a mesma me causa
É natural, afinal, essencial
Que amor há de chegar em seu final
Uma vida sem calor: omissa
Uma vida sem companhia: sozinha
Uma vida sem a arte: desastre
Uma vida sem intrigas: garrida
Uma vida que não vale a pena ser vivida
Minha vida é como vou te contar
Deitado penso onde posso chegar
Em pé, penso em quando posso deitar
Minha vida é assim, um círculo a rodar
E o que eu faço, imagino, estou sempre a pensar
Apenas mantém essa rota circular
Roda, roda, eu olho para ela
E vertigem passa a me dar
Roda, roda, ela olha de volta
E tudo igual, nada torna a mudar